Apolo jardim

Tapete de flores

Dulce e Dorotéia organizaram um grande evento no belo jardim da casa alugada para a ocasião. Já quase no horário na festa começar, chega o carro com o buffet, trazendo comidas e bebidas a serem servidas, aguçando um forte ímpeto em Ruth (a mestra de cerimônia) de partir com uma das caixas, entregando-se ao prazer da gula escondida atrás de um grande arbusto, pensando: Não estou agindo corretamente mas, quer saber, já que terei muito trabalho sem poder comer nada, vou aproveitar e me saciar agora”. Esquecendo-se completamente dos afazeres, a moça se entrega, degustando vagarosamente cada salgado quando, de repente, é surpreendida por um belo homem entrando pelo portão de serviço. Sabia se tratar de um penetra, mas como avisar a patroa, uma vez que estava fora de seu local de trabalho e completamente “na infração”? A princípio se preocupa, mas logo volta a atenção aos delicados risoles, pensando enquanto mastigava. Paciência, não há de ser nada além de um belo homem que mais parece um deus grego. Aff! Até me falta o ar lembrando tamanha beleza! Enquanto segue pensativa, caminhando rapidamente para o seu setor retomando as atividades e sem deixar de estar intrigada, pensa quem seria aquele espetáculo da natureza e o real motivo de não se mostrar? O que estaria fazendo…? E nesse momento, Dorotéia aparece tirando completamente sua atenção ao perguntar onde ficariam os arranjos de flores, fazendo com que Ruth esquecesse a bela e tentadora visão que a fez viajar pela mitologia grega nos tempos de Apolo, irmão gêmeo de Ártemis, filho de Zeus e de Leto, nascido na ilha de Delos, Deus do sol, das artes, profecia, ordem e da justiça, sendo um dos deuses mais cultuados do Olimpo e que, por ter sido alimentado com ambrosia e néctar dos deuses, se transformou em um homem adulto destemido… Ruth sacode a cabeça… Eu hein! Acho que estou lendo demais mitologia. Será que realmente vi o homem ou é coisa da minha cabeça? Dulce chega apressada perguntando: Tudo bem por aqui? Percebendo que todos já estavam desempenhando suas funções e aos poucos tudo ficaria perfeitamente lindo como o planejado, aprecia o jardim magnífico combinando com as flores enfeitando as mesas e o arco de entrada dos convidados. Tão perfeito que mais parecia um portal florido e iluminado, fazendo com que um certo encanto ou algo divino pairasse no ar. E sem que absolutamente nada fosse falado, apenas sentido. o clima misteriosamente permaneceu. Os convidados foram chegando no horário marcado. Ruth, na entrada conferindo a lista de convidados, esqueceu-se completamente do misterioso homem que já não sabia se realmente vira ou projetara em sua mente por pura carência. A orquestra começa a tocar, Dulce sobe ao palco agradecendo a presença de todos e desejando que se divertissem muito, pois a festa fora delicadamente preparada para cada um que ali se encontrava em agradecimento a todo o apoio recebido durante o ano, Os garçons serviam vinho e prosecco, entre outras bebidas. Tudo transcorria bem. Dorotéia cansada, meio enfadonha do ambiente formal, caminha para o outro lado do jardim e, ao se deparar com o intruso, solta um grito imediatamente abafado pelas grandes mãos do homem. Desmaiando por alguns instantes, ao abrir os olhos ainda naquele colo misterioso, suspira agradecida por estar à frente de tamanha beleza e fortaleza. Imaginando ser um sonho, quando ouve sua voz a sussurrar em seu ouvido: “Estou aqui pra te tirar do tédio. Basta escolher ficar ou seguir comigo, sem perguntar onde e porque. É só vir.” E naqueles braços firmes, Dorotéia se deixa ir. A festa segue sem que percebessem sua ausência, sendo encontrada dormindo com um sorriso nos lábios na manhã seguinte em um colorido tapete de flores.