Ainda estamos compreendendo as raízes da literatura iguaçuana, porém o conto mais antigo que achamos foi Luísa, de João Manuel Pereira da Silva. Data de 1823, seu enredo se passa ainda na Vila de Iguassú, onde nasceu Pereira da Silva, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Desde então, encontramos literatura na imprensa, seja nos longevos jornais da cidade, como o Correio da Lavoura, até nos periódicos menos duradouros. Acompanhamos também o surgimento da Arcádia Iguaçuana de Letras, em meados do século XX, com nomes marcantes como Afrânio Peixoto e Deoclécio Dias Machado, que exaltavam o tempo dos laranjais. Já nos anos 1970 e 1980, surge uma literatura urbana preocupada com a realidade do povo daquela cidade-dormitório, a partir de nomes como Laís Amaral Junior e Luís Ferrão. A partir dos anos 1990, oriundo do fanzine poético Desmaio Publiko, surge o Koisas, edital por Cézar Ray. Já no século XXI, temos dois movimentos importantíssimos para o conto na cidade: os Encontos, sediados na residência do casal Sil e Moduan Matus, que fomentou as publicações de diversos autores, como Willian Sertório e Jota Marujo; e o Catando Contos, em Morro Agudo, com participações de Eliane Gonçalves, Antonio Feitoza, Luís Medina, entre outros. Em 2019, surgiu o Aleatórios, criado por Jonatan Magella e Thiago Kuerques, mas congregando diversas gerações e estilos de autores e autoras. Esperamos que a história do conto na cidade de Nova Iguaçu não pare por aqui.
Euclides Amaral
Pesquisador de MPB, poeta, letrista, produtor musical e gráfico. Formado em Comunicação Social (Publicidade & Propaganda) pela Universidade SUAM. Cursou Português-Literatura na Gama Filho. Fez trabalhos de produção iconográfica, revisão de português e de conteúdo para diversas editoras, como a MEC/Funarte, no livro “MPB – A História de Um Século”, de Ricardo Cravo Albin, em 2012. Como pesquisador teve acesso a acervos de instituições como Museu da Imagem e do Som, EMI-Odeon, Biblioteca Nacional, Funarte e Instituto Cultural Cravo Albin. Entre 1999 e 2020 atuou como pesquisador musical da Biblioteca Nacional, FAPERJ, PUC-Rio, FINEP e CNPq, com bolsas de pesquisa das referidas instituições. Neste período, trabalhou como redator e pesquisador musical do Instituto Cultural Cravo Albin, para o qual produziu verbetes para o site dicionariompb.com.br e para o “Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira” (Ed. Paracatu, 2006). Publicou “Alguns Aspectos da MPB” (Ensaios/Ed. do Autor, 2008/2ª ed. Esteio Editora, 2010/3ª ed. EAS Editora, 2014) e a biografia “O Guitarrista Victor Biglione & a MPB” (Ed. Baleia Azul, 2009/2ª ed. Esteio Editora, 2011/3ª ed. EAS Editora, 2014). Colaborou em jornais e revistas com textos sobre a MPB. Publicou os livros de poesias “Sapo c/ Arroz” (1979/2ª ed. 1984), “Fragmentos de Carambola” (1981), “Balaio de Serpentes” (Poemas & Letras-1984), “O Cão Depenado” (1985), “Sobras Futuristas” (1986) e “Cynema Bárbaro” (1989), além de “Emboscadas & Labirintos” (contos/Ed. Aldeia, 1995), “Desafio das Horas” (poesias e letras, 2013) e “Poesia Resumida-Antologia Poética 1978/2012” (Ed. Casa 10 Comunicação/2013-2ª ed. EAS Editora, 2014). Publicou poemas em fanzines, jornais, revistas e antologias por várias editoras do país. A partir de 1978 produziu cerca de 30 discos para selos, gravadoras e artistas independentes. Como letrista tem registradas em CDs mais de 90 composições, entre gravações e regravações, em parceria com Augusto Guitta, Big Otaviano, Bóris Garay, Cacaso, Carlos Dafé, César Nascimento, Claudio Latini, Cristina Latini, Eliane Faria, Elza Maria, Helô Helena, Ivan Wrigg, Jaime Pontes, Jênesis Genúncio, Jô Reis, Joel Nascimento, Lúcio Sherman, Marcelo Peregrino, Maria Tereza, Marko Andrade, Milton Sívans, Moisés Costa, Olten Jorge, Paolo Vinaccia, Paulo Renato, Reizilan Cartola Neto, Renato Piau, Reppolho, Rubens Cardoso, Sérgio Gramático Júnior, Sidney Mattos, Silvana Elizabeth, Toninho Lemos, Victor Biglione e Xico Chaves. Entre seus intérpretes constam, além de seus parceiros, André Henriques, Anna Pessoa, Banda Du Black, Bernardo Diniz, Ceiça, Denise Krammer, Edir Silva, Flávio Leandro, Grupo Mamulengo, Jaidete Varjão, Jane Reis, Jorge de Souza, Luiz Melodia, Luiza Dionizio, Mário Bróder, Martha Loureiro, Namay Mendes, Paulinho Miranda, Pecê Ribeiro, Romi Brasil, Solange Pereira e Yuanne. Gravou poemas em seis CD de parceiros e em seu CD solo “Quintal Brasil – poemas, letras & convidados”, (Selo Ipê Mundi Records/Noruega, 2012), no qual interpretou oito poemas e teve a participação de parceiros e intérpretes nas 17 composições. Trabalhou como curador em projetos musicais como “Quintas no BNDES” e “Novo Canto”. Em 2019 lançou o livro “A Letra & A Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças” (Ensaio, 1ª ed. EAS Editora). No ano posterior, em 2020, finalizou o CD “Perfil – letras, poemas, parcerias & intérpretes”, gravando dois poemas e com participação de parceiros e intérpretes nas 20 faixas.
História do Euclides Amaral
Maria Lúcia Bezerra da Silva Alexandre
Mestre em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), doutoranda em História pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/CPDOC) e pesquisadora do Centro de Documentação e Imagem (CEDIM) IM/Campus Nova Iguaçu/UFRRJ