A história oficial afirma que os portugueses desembarcaram no Brasil em 22 de abril de 1500, em Porto Seguro, na Bahia. Mas recentemente, foi encontrado em Tinguá, Nova Iguaçu, documentos muito antigos que contradizem parcialmente esse fato. Confirmam o ano, mas não o dia e o local. Depois de muitas pesquisas e estudos, historiadores chegaram a conclusão de que os portugueses estiveram por essas terras fluminenses no dia primeiro de abril. Em um desses documentos consta um relato que confirma isso.
Quando a tribo Tamoio se reunia para comemorar o sucesso da farta pescaria e a colheita da mandioca, o pequeno indígena Aimberê alertou a todos da tribo sobre umas embarcações que apontavam no horizonte distante do Rio Iguaçu. Todos ficaram agitados e curiosos, então correram para a margem do rio. Receoso, o pequeno Aimberê se aproximou do pajé e perguntou quem seriam as pessoas que se aproximavam a bordo daquelas embarcações. O pajé o tranquilizou dizendo que eram os deuses das águas que vinham abençoar a tribo pela farta pescaria e a grande colheita.
Ledo engano. Quando os visitantes desembarcaram vestidos com roupas estranhas e falando uma língua diferente, o pequeno indígena viu que eles eram de carne e osso e não tinham nada de divino. Mesmo assim, o pequeno Aimberê ficou fascinado com aqueles viajantes e pelas as bugigangas que traziam.
Sorridente, o capitão Paulo Coelho Álvares de Cabral deu espelhos a toda tribo e entusiasmado disse:
– Olhem! Isto é coisa dos deuses! Vocês podem ver os seus próprios espíritos!
Ao ver seu rosto refletido, Aimberê jogou o espelho no chão e saiu correndo para a tribo, gritando aflito:
– Não quero aprisionar a minha alma dentro desta pedra brilhante!
Os português caíram na gargalhada. Era primeiro de abril, e eles tinham pregado a primeira mentira no Brasil. Depois desse primeiro contato, os portugueses anunciaram:
– Viemos em missão de paz e trouxemos muitos presentes para vocês! Agora essas terras pertencem ao grande rei de Portugal. Mas não se preocupem, ele é um monarca muito generoso.
O pajé, ressabiado com aquela conversa de português, perguntou ironicamente:
– Ah, tá! E o que temos que dar em troca dessa “generosidade”?
– Ah, pouca coisa … só ouro, muito ouro, madeira e uma ajudinha na plantação de cana de açúcar – Respondeu o capitão.
O pajé, muito preocupado, pensou:
– É… acho que o homem branco pregou na gente a primeira pegadinha brasileira.
Muitos anos depois, Aimberê já um guerreiro adulto e percebeu que foi uma grande mentira aquela história de missão de paz. Então profetizou:
– Triste saber que o primeiro de abril vai durar por muitos e muitos anos na nossa nação Pindorama.
parabéns, Totó!
Valeu !!!
Parabéns Totó. Conto maravilhoso.
Valeu !!!