mansão interior

Convite

Quer ganhar um milhão de reais? Permaneça 24 horas em minha casa! Assinado Mister X. E já estavam todos lá. Oito ao todo. Devidamente buscados em um opala preto. Era uma casa moderna, devidamente afastada, mas com arquitetura vintage, assim como os móveis. Um mordomo se aproximou e tocou uma campainha. Todos o olharam e seguiram ao seu comando, até onde seria servido o almoço. Em
uma grande sala, ornamentada por cortinas do mais caríssimo veludo, em estilo europeu. Na cabeceira de uma imeeeensa mesa estava o anfitrião, senhor Ximenes, mais conhecido pela alcunha do convite. Na penumbra, fez sinal para sentarem longe, do outro lado da mesa.
– Um bom dia a todos… Já me conhecem e sabem que ganhei várias vezes na loteria… Desde então, venho distribuindo minha fortuna… Mas isso ficou enfadonho e resolvi montar este jogo.. Somos em dez nesta casa… Aquele que sobreviver 24 horas em minha humilde residência terá em sua conta Um Milhão de Reais! Só que não será tão fácil, a casa está de cheia de arma…

Neste momento, Mister X teve um engasgo antes que tivessem tempo de entender, caiu com cabeça dentro do prato da sopa goulash. O mordomo foi o primeiro a ampará-lo, em vão. Estava morto! A senhorita Hanna, por intuição, olhou para o mezanino e cismou de ter visto alguém se dissimular.
– Tem alguém ali em cima! – Ninguém a ouviu.

O mordomo, cujas vestes, remetiam à marinha, ombreou o corpo do falecido patrão e o levou por uma das portas. Todos estupefatos. Alguém sugeriu chamar a policia, mas o serviçal voltou a tempo de avisar:
– Nada de policia. O senhor Ximenes está bem! E há um bloqueador de chamadas no prédio.
– Como está bem? O homem está morto! Eu sou médico! – Falou o irritado doutor Jonas.
– Ai! Tem bichos aqui. Algo me picou! – Falou dona Nilcea, se amparando em uma cadeira – Olhem, é uma aranha! – Foi o que disse, antes de seu corpo tombar, pesado e inerte.
– Está mortinha da silva – Definiu o doutor Jonas, após verificar sua pulsação.

Entretanto ninguém o ouviu, cuidando em eliminar trocentas aranhas que surgiram do nada. Saiam aracnídeos até do leitão à mesa, com a devida maçã na boca. Essa mesma, bichada… de aranhas! Cracth! Mais uma bicha morta, sob os pés de Dennis, policial aposentado.
– Ficaremos todos juntos… Cadê o mordomo? Ele é o nosso primeiro suspeito – Arguiu o mesmo.

Alguém apontou o serviçal em um canto, que tirara um sapato e cuidava em eliminar aranhas.
– Ninguém sai da sala! – Avisou Dennis, encabeçando a liderança.
– Eu vi alguém se escondendo ali em cima – Compartilhou Hanna, apanhando uma iguaria de caviar à mesa.

Todos olharam na direção apontada e não viram a mesma se estrebuchando com a boca cheia de espuma. Mas ouviram o seu baque surdo ao chão.
⁃ Ninguém come nada – Ordenou Denis.
– Mas, estamos, todos, famintos!.. Pelo menos, água.. As garrafas estão lacradas, veja! – mostrou Melke, abrindo a garrafa e ameaçando beber.
Mas, a garrafa foi arrebatada de sua mão pelo senhor Rabith:
⁃ Não faça isso! São de plástico, facilmente corrompidas.

Dito e feito! A alteração foi constatada pelo mordomo que apresentou uma violação camuflada no recipiente e agora se tornando um membro insuspeito. No entanto Melke havia umedecido os dedos na tampa da garrafa, que estava irritando a mão e avermelhando o seu corpo.
– Diabos!… Isso parece… – Passou um dois dedos na boca.
– Porra! – Exclamou, ante de tombar.

Nem sequer se comoveram.
– Podemos ir para a o Hall – informou o mordomo, que se apresentou como Núbio. – Lá há menos menos móveis e coisas que possam servir de armadilha.

Os seis caminharam em grupo, como uma só pessoa. De fato, poucos móveis e a enorme escada que se abria em duas para o segundo andar. Juntaram-se nos primeiros degraus, depois de eliminarem mais uma aranha venenosa. Mas, as reclamações continuaram: fome, sede e desejo de ir ao banheiro. Devidamente recusadas por Denis e por Núbio, agora na
coliderança Bocaje apresentou uns cereais que trouxera, repartidos e rapidamente devorados. Surgiu outro problema:
– Sede – argumentou Desmann, um publicitário.
– Núbio, você consegue água? Por favor?
– Não conheço essa casa… Fui contratado! E apenas um job!
– Por que simplesmente não vamos embora? – questionou Roger – A porta está bem aí!
– Eu não acredito nisso! – insistiu ele, indo em direção à principal.

E tentou abri-la, todavia mal a tocou. Caiu morto, enquanto um gás saído da fechadura se dissipava no ambiente. E os observadores cobriam os narizes.
– Vou lá em cima, ver o que pode nos ajudar – falou desesperado Desmann – avançando degraus acima.

Entretanto dois degraus a mais a escada abriu no meio e mesmo caiu soltando um grito ensurdecedor.
– Mais um – falou Bocaje, começando a tremer, largando a valise e colocando as mãos sobre o coração que avermelhou e dava pra ver suas batidas rápidas, querendo sair do corpo. Sem essa opção, o mesmo estourou ensanguentando quem estava por perto.
– O que houve, pelo amor de Deus?

Seguiu-se um silêncio. Então o mordomo passou a explicar:
– Sou estudante de Física Nuclear… Essa reação foi decorrente da radiação do detector de metais, alterado, que contaminou os cereais que estavam com ele. Mas não se preocupem, ele os carregou por mais tempo. Podem ter dores de cabeça, vômitos, diarreia… Mas não morrerão por isso. Até porque eu vou mata-los pessoalmente!

Continua! – Leiam o restante no site!