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Maracajá, a menina indígena

Era uma vez a menina dos povos originários do Brasil, com o nome de Maracajá. Indiazinha boa que sempre se multiplica pelas florestas, reservas, parques, hortos, praças e quintais arborizados de todas as cidades. Ela é pequenina e usa uma roupa parecida com a pele de onça, o que a faz ficar quase que totalmente camuflada entre folhas, flores, frutos e galhos de onde estiver a observar a generosidade e a evolução da natureza.

Passarinhos gostam de fazer ninhos em árvores por onde Maracajá passa, sabendo que ela é protetora. Se filhotes caem do ninho, ela recoloca-os. Por isso, passarinhos adultos pousam em árvores onde ela esteve e logo começam a cantar como forma de agradecimento.

Maracajá protege todas as plantas. Se passa muito tempo sem chover, ela invoca pela dança do orvalho o umedecer, cantando de fazer a noite lacrimejar. Ela preserva olhos d`água, veios, fontes e matas ciliares, reservando as gotas em mínimos detalhes, como em bromélias, cocos, cactos e bananeiras. Ela transporta sementes fazendo-as voarem, andarem e nadarem ou junto com pássaros e bichos, plantando, revirando, diversificando aqui e acolá o convívio e a harmonia fototrópica entre as espécies e também forma cinturões verdes onde os bichos possam transitar em segurança.

O verde das plantas e a evolução animal deixam Maracajá muito alegre. Ela adora acompanhar a metamorfose: óvulo-lagarta-crisálida-borboleta-par; e ver o brotar em flores, o deflagrar de olores, o despertar de sabores, ouvir o cantar e o voar em cores.

A jaguatiricazinha Maracajá defende o planeta em que nasceu e que a faz respirar e absorver a maneira mais pura de se viver e de se reciclar.