– Espera, homem!
Professor Estrebaldo ficou parado, como em pose fotográfica. Nas mãos, o velho computador portátil prestes a ser lançado na parede. Claudicéia, sua esposa, aproximou-se e, lentamente, tirou de suas mãos o aparelho:
– Lembra como foi caro? – Apelou para o bom senso do marido. – Com salário de professor, tudo é caro. O único Uber que está dentro das minhas condições é o Uber Bike, mas ninguém nunca aceitou me carregar no guidão da bicicleta.
– Você queria ir no guidão de uma bicicleta para a Barra!
– E qual o problema?
– Olha, Estrebaldo. Por que não leva o computador para um técnico consertar?
Meia hora depois, Estrebaldo entrou na loja e entregou o aparelho nas mãos do técnico. O técnico mal segurou o computador, disparou:
– Não tenho dúvidas que o problema é memória!
– Só de segurar o computador o senhor sabe que o problema é memória?
– O computador?! Ah, não. O senhor já trouxe este computador aqui este mês e eu disse que ele é muito antigo, que o correto é comprar um novo.
– Rapaz! Não me lembro.
– Pois é. Problema de memória.
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