Jana adorava ler e sua avó incentivava muito esse gosto da pequena. Comprava vários livros com figuras bonitas, afinal, a menina só tinha seis anos, então, não dava para ser um livro sem ilustrações.
Dentre os livros, tinha um com uma figura de um unicórnio que atraía muito a atenção de Jana, mas não por causa das cores das ilustrações, e sim porque ela achava muito engraçado o fato de um cavalinho ter um chifre no meio da testa e continuar sendo bonito, porque Jana achava chifre uma coisa que enfeiava os bichos.
A avó, para melhorar o hábito da leitura da menina, todos os dias pedia para ela ler um livrinho. Tinha livros de princesas, de fadas, mas Jana só queria ler o do unicórnio. Ela começava para a avó:
– Era uma vez, um ser mágico, que morava em uma floresta encantada com vários seres mágicos. Esse ser mágico era conhecido como u-n-i-c-ó-r-n-i-o….” – Quase todos os dias era isso.
A senhora já conhecia a história de cor e salteado, sabia até o momento em que Jana ia separar letra por letra o nome do ser mágico, então já não prestava tanta atenção. Até que um dia, a pequena perguntou à avó:
– Vovó, por que o unicórnio tem esse nome? Eu acho esse nome tão engraçado! Por que, hein, vovó?
A avó que já tinha sido professora e adorava que a neta aprendesse, dividiu a palavra assim:
– Uni vem do latim, língua que as pessoas falavam antigamente, quer dizer UM e córnio também é uma palavra latina, que era ‘cornus’ em latim e virou ‘corno’ em português, que quer dizer chifre, entendeu?
Jana arregalou os olhinhos e disse:
-Ah, quer dizer que é por isso que ele é mágico? Por que ele é um cavalinho que só tem um chifre?
A avó respondeu:
– Sim, filha, é por isso que ele é mágico.
A menina parou, pensou um pouco e perguntou a avó:
– Vovó, eu posso ter um rinoceronte? Se o unicórnio é um cavalo com chifre e é mágico, imagine o rinoceronte que tem dois?!?!?!?”
A avó deu uma gargalhada, tirou o livrinho da mão da menina e a levou para tomar um sorvete na sorveteria da pracinha em frente a sua casa.
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