adolescente porta

Tudo é ação e reação

Susi, uma jovem de dezesseis anos, bate a porta de casa chorando, saindo para rua revoltada após discussão com sua irmã, Mônica de vinte anos. Caminhando em passos largos, quase correndo sem destino em busca de respostas, em voz alta segue falando:
– Caramba, tudo o que faço está errado! Todo dia tem briga. Queria tanto ter uma avó ou alguém com sabedoria como a vovó Luci, sempre carinhosa com os netos, amiga, conselheira. É chato não ter com quem conversar de verdade, ser ouvida (…), distraída e cansada de tanto andar, senta-se ao lado de uma senhora e, sem se dar conta, continua chorando, reclamando (Afinal o que é a vida? Como obter respostas?).

É quando, de repente, uma voz suave fala devagar, quase inaudível:
– Você tem todas as respostas. Só precisa parar um pouco e se ouvir. Muitas das vezes o silêncio é o melhor conselheiro. Esvaziar a mente faz com que o novo surja. Se perdoe; libere perdão; se permita; experimente! Se aprender esses ensinamentos desde jovem, será uma adulta muito mais feliz e equilibrada. A jovem, de olhos fechados, sente um alívio imenso e logo uma lágrima desprende de seus olhos que, mais calma, como se tivesse recebido um banho de luz e carinho, respira. Ao abri-lo não vê ninguém ao seu lado. A paz logo dá lugar a curiosidade fazendo com que a moça se perguntasse:
– Ué, cadê a mulher que estava aqui?

Teria mesmo, ou (…) Sem conseguir concluir o pensamento, novamente a voz sussurra ao seu ouvido:
– Medite em seus atos; não busque fora; observe sua fala e atitudes; tudo é ação e reação; todos têm as mesmas oportunidades, a diferença está na direção para onde se olha; observe a sua volta, por onde anda.

Susi respira profundamente e, dessa vez, sem tentar entender o que acabara de acontecer ou procurar pela dona da voz, seguiu mais tranquila agradecendo a oportunidade de ser aconselhada. Se sentindo bem melhor, pensando retornar ao lar e fazer uma tentativa de conversar com sua irmã e fazerem as pazes, caminhando e cantarolando, quando repentinamente olha pra cima do prédio e lê a seguinte frase: “Neste lugar você pode ser feliz fazendo outras pessoas felizes”.

Sem pestanejar, Susi entra perguntando que lugar seria aquele ao encontrar Angélica em pé na porta da entrada, com olhar iluminado. Dona de um  sorriso largo e amigo, que respondeu ser um lar de idosas repleto de vovós precisando conversar, a convidando a entrar e ficar à vontade, quase que mecanicamente. Imediatamente a jovem caminha pelo longo corredor e ao abrir a primeira porta se surpreende ao ver a mesma senhora que sentou ao lado na praça sorrindo, dizendo:
– Entra, meu amor. Estava te esperando. Susi, sem entender como ser possível, comenta tê-la visto momentos antes. A doce vovó com voz tranquila e sabedora de como a menina estava se sentindo, num misto de surpresa e apreensão, responde viver constantemente em prece pelas jovens confusas e desamparadas, desejando fortemente poder ser útil na formação religiosa (holística) de quem busca viver segundo as leis universais do amor. As duas se abraçam prometendo jamais se abandonarem, elevando aos céus uma oração de agradecimento.