Chamava-se Muda de Oliveira, porém seu apelido era Azeitona. Era casada com o Parreira, que todos consideravam uma uva de pessoa (embora as más línguas dissessem que ele havia sido um laranja, durante o mandato do Dr. Batata). Certo dia, entrou no circuito o Sr. Tamarindo e a relação de Azeitona com Parreira, começou a azedar. Parreira descobriu também que seu filho era fruto do Conde, um outro vizinho que morava na Rua das Macieiras. Conde vivia sempre de olho em Azeitona e sempre que passava em frente à sua casa jogava sementes de abóboras.
Muita gente dizia que Parreira, apesar de ser uma uva, também era ‘um banana’. Dizem que até seu Pereira, o dono do hortifruti, já havia beliscado a Azeitona.
Ela sempre foi muito paquerada e por causa disso, recebia muitas críticas do Pastor Beringela. Ela sempre admirou o caroço do Dr. Abacate e achava ele um ‘chuchu’. Chamava o garotão Beterraba de ‘vermelhinho encantador’…
Quem não gostava nada dessas paqueras era dona Vagem, que dizia que Azeitona não se contentava com um só pepino e ficava entrando nas saladas dos outros, causando a maior maionese.
Outras que odiavam a Azeitona eram a dona Cenoura e a dona Cebola. Diziam que ainda iriam tirar a roupa de Azeitona no meio da rua e deixá-la só no caroço. Tudo por ciúmes do Alho, um bonitão que tinha um perfume inebriante e arrancava suspiros das moças, deixando-as no vinagre.
Além do ciúme, as leguminosas tinham muito preconceito com Azeitona. Algumas diziam que ela era muito verde, outras, as racistas, diziam que ela era uma preta metida a gostosa e não queriam ficar no mesmo prato que ela.
Azeitona nunca ligou para essas abobrinhas e seguia sua vida, até que um dia foi espinafrada por causar engasgo no filho do seu jiló, o menino ao tentar degustá-la, ficou todo roxo, parecendo um repolho, problema que só foi resolvido pelo Dr. Quiabo, que o medicou com a baba, fazendo assim, Azeitona descer pelo esôfago apertado de Jilózinho.
Mais tarde, o filho do Sr. Jiló teve muita dificuldade em expeli-la, mas isso já é uma outra história…
Medina pegou um tema que era um abacaxi e sua prosa ficou uma uva. O conto mais delicioso da noite. 🤣 Parabéns meu amigo. Arrasou. Grande abraço.
Luiz, esse conto é delicioso!
Parece trocadilho, mas o termo é esse mesmo.
O jogo de palavras e as expressões usadas foram de uma perfeição ímpar!
Adorei, adorei e adorei!!!! <3