Trimmmmm trimmmmmm trimmmm…
Foi assim, ao som do toque de celular, que Rogério Wilson acordou depois de dois meses internado naquele hospital. Ainda de olhos fechados, ficou ali deitado, inerte, saboreando o pensamento: era o dia de sua alta hospitalar, ele tinha dormido pensando nisso!
Abriu os olhos e quase desmaiou: ali na sua frente estava Dona Alfreda, em carne e osso, ou seria melhor dizer: em pelanca e ossos. Ela já havia pedido desculpas pela péssima mira (razão pela qual ele estava ali há dois meses) e sempre que o visitava o olhava com doçura, tanta doçura que ele desconfiava. Aquela cara de buldogue não dava ponto sem nó.
Olhou de novo e reparou que Lúcia não estava…
– Dona Alfreda, onde está Lúcia?
Dona Alfreda responde sorridente:
– Lúcia teve que viajar à trabalho, mas, infelizmente, houve um problema no voo e ela vai se atrasar. Mas não se preocupe, eu vim com seu cunhado e vamos te levar para casa. Inclusive fiz uma sopinha de jiló que você vai amar!
Rogério Wilson olhou pra carinha da sogra e tentou ver ali algum traço de deboche… Ela sabia que ele odiava jiló…
É, aquela buldogue velha não dava ponto sem nó!
Será que se ele se jogasse no chão, continuaria internado? Pelo menos mais uns dois meses… era tão bom não conviver com Dona Alfreda.
Que Lúcia não soubesse de seus pensamentos, mas quando é que sua sogra ia ter um ponto final? Já estava fazendo hora extra aqui na Terra!
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