ônibus lotado

O terror cotidiano

Terror significa tudo que possa causar medo ou pânico em literatura, cinema, música, pintura, desenho, fotografia e jogos. Em um governo, terror é emergencial para manter o poder, diferente do terrorismo que é uma forma de violência praticada individualmente ou em grupo, para derrubar determinada governança. Episódios de terror noturno acontecem com bebês que estão dormindo tranquilamente e, de repente, começam a chorar, parecem assustados e inquietos e não aparentam estarem acordados. Embora às vezes sejam horripilantes, não sei se o terror exibido em filmes ou seriados de aplicativos na TV ou, até mesmo, em alguns capítulos de certas novelas, seja a melhor saga para esse tema. Talvez, a escolha certa seja escrever alguns dos muitos exemplos do que considero terror, sofrido por uma grande porcentagem da população mundial no seu dia a dia, seja de que camada social, idade ou localidade for. Alguns deles são abordados diariamente na mídia brasileira e internacional.

NA IDA E VOLTA PARA O TRABALHO: Um terror ser assaltado e perder seu automóvel ao sair ou voltar para casa. Se o fato acontece ao sair ou entrar na garagem, o melhor, infelizmente, é “não fazer nada” e entregá-lo, passivamente, para os bandidos. Assim, além de proteger sua família, não correrá risco de vida. Se a abordagem for feita quando estiver esperando o sinal abrir, podemos tentar escapar acelerando nosso carro, mesmo com risco de acidente mas, pessoalmente, não aconselho. Automóvel podemos ter outro, mas nossa vida é somente uma.

NA IDA E VOLTA PARA A ESCOLA: Um terror quando crianças são baleadas dentro ou fora das escolas, consequência de tiroteios entre bandidos e policiais. Pior ainda quando delinquentes, geralmente ex-alunos, invadem o ambiente escolar em que estudaram e matam, sem piedade, estudantes, professores e funcionários. Policiamento especializado, nas redondezas das escolas, seria eficaz para evitar esses acontecimentos, mas nem sempre possível devido ao contingente policial ser insuficiente.

NO AMBIENTE DE TRABALHO: Um tipo de terror, que classifico como psicológico, é vivido diariamente por milhões de brasileiros quando, após longa viajem em trens ou ônibus lotados, enfrentar chefes mal humorados, sofrer bullying de colegas ou ter seu ponto cortado por atraso. E o pior é ter de suportar o fato de não gostar do que fazem, não conseguirem empregos melhores na sua área e a necessidade do ganho mensal para sustento das famílias. Se tudo isso não for revertido, graves repercussões ocorrerão e as doenças, mais mentais que físicas, serão o resultado.   

NO CONVÍVIO FAMILIAR: “Quem casa quer casa”. O ditado diz tudo. Filhos que após o casamento não se separam dos pais e continuam morando juntos, poderão ter problemas de relacionamento, principalmente com a chegada de netos, mesmo que morem no mesmo terreno em outra habitação. Um exemplo comum é o sogro “não ir com a cara da nora”. O clima ficará insuportável e a convivência será um permanente terror ou, no mínimo, um constante mal-estar. Outra causa para isso é a diversidade de horários e hábitos de cada familiar. Assim, o segredo da boa convivência de casais jovens com os respectivos pais é morar nas cercanias e não colados às suas raízes.

NOS MOMENTOS DE LAZER: Neste caso, o terror acontece em quiosques, bares ou restaurantes situados em frente ou à beira-mar ou em ambientes semelhantes que coloquem mesas externas para complementar seu espaço físico. Individualmente ou em grupo, bandidos fortemente armados fuzilam e matam o alvo desejado. Infelizmente, neste ato covarde, muitas outras pessoas são atingidas, às vezes mortalmente, que estavam no local somente para se divertirem. 

Hum… Depois desse último exemplo, é melhor beber minha cervejinha em casa mesmo…