Viu o dente de um mastodonte no museu e lembrou-se que seu bisavô lhe contava uma história de que seu tataravô tinha um dente de marfim enorme de um elefante mais enorme ainda, e ele esticava os braços mais que podia, e, para ele com seus seis anos de idade, parecia que os braços do velhinho tinham elásticos.
O dente de marfim de elefante era o único bem que o seu tataravô trouxe do Congo quando foi vendido como escravo. Dizia seu bisavô que o dente havia sido uma arma poderosa na guerra que teve por lá numa época bem remota. Um dente de marfim de um elefante gigante era capaz de perfurar e atravessar os monstros de sete cabeças e tentáculos múltiplos. Uma só espetada com aquele dente de marfim de elefante gigante era fatal. Seu bisavô dizia que aquele dente havia eliminado vários inimigos, tantos mas tantos, que perdera a conta.
– O dente de marfim desse elefante gigante não conseguiu impedir que ele se tornasse escravo? – perguntou.
Seu bisavô nunca soube responder essa pergunta do menino.
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