Nas esquinas do centro da cidade, andando por avenidas asfaltadas e ruas que se entrelaçam, em contraste com os arranha-céus, o fluxo de carros transitando pra lá e pra cá, sabe se lá seus destinos. Entre suas variadas lojas, portas de diversas cores e tipos, pessoas andando para seus destinos, eles estão por todos os lados, entre os transeuntes e carros estacionados. Alguns nasceram na condição de rua, outros foram abandonados ali. Rejeitados pelas famílias, por grupos, organizações, pela sociedade. Foram pessoas machucadas pelo tempo. Existem aqueles que venceram as batalhas e se tornaram independentes e outros se refugiaram nas sombras. Ficaram feridas, cicatrizes, arranhões, diversos hematomas, são rejeitados, julgados pela razão dos que se consideram normais.
Poderiam, esses rejeitados, conviver em harmonia se houvesse consciência e aceitação da simples condição de existir. A sociedade complexa parece não permitir a existência dessas pessoas.
Por Deus, são seres humanos, cresceram largados, sujeitos que sobrevivem aos dejetos, disputando os restos para não definhar, próximos ao cessar de suas vidas. Será que ninguém vê o CAOS se apresentando nessa sinfonia horrorosa que é essa condição de existir? Quanto tempo teremos que conviver com essas frações estoicas que se fazem presente nos bastidores de uma fé, aparentemente, cega que ignora o grito de socorro dos miseráveis?
Estamos amando o próximo ou apenas o EGO?
Que mundo estamos construindo para a geração futura?
Será que nos perdemos nas definições sobre tudo?
Deus nos criou ou criamos uma imagem de um criador que nos atende de todas as formas?
As vezes queria mesmo ser ignorante, os outros parecem ser mais felizes, são quase superficiais quanto a minha própria insuficiência, porém, não ousaram mergulhar na mais profunda solidão do descobrir sem fim.
O que era ontem, hoje não sou mais e amanhã, provavelmente não irei concordar com nada do que afirmo hoje.
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