Já passava das sete horas da noite quando a namorada ligou para ele avisando que não poderia comparecer ao encontro marcado, porque tinha que ir a casa de sua avó, que morava em outro bairro. Ela estava muito doente e precisava de cuidados. Ele se ofereceu para acompanhá-la ,mas ela delicadamente disse que não precisava, porque dormiria na casa da avó e no outro dia estaria de volta. Ele ficou chateado com a resposta da amada, mas não deixou transparecer isso em sua voz. Mandou um beijo para ela e recebeu um outro de volta.
Para que a noite não fosse perdida, decidiu sair de casa logo após o telefonema e foi ao encontro dos amigos beber no bar de sempre. Ao chegar no local, os amigos estranharam ele estar sozinho, já que a namorada sempre o acompanhava nesses momentos de diversão coletiva. Justificou a sua ausência dizendo que ela não pode comparecer, por está na casa da avó que se encontra doente e que dormirá aquela noite com ela.
A noite entre os amigos é animada com muita cerveja, música e bate papo. De madrugada, por volta de uma hora da manhã, o dono do bar avisa a todos que a bebida acabou e é chegada a hora de todos irem para casa. Muito a contragosto, a turma se despede. Os que moram mais próximos seguem sozinhos, enquanto os que moram mais distantes seguem em grupo, todos cansados da noite de bebedeira.
O namorado e um dos amigos que moram na mesma rua vão conversando distraidamente pelo caminho, contando histórias antigas sobre o grupo, para passar o tempo. Ao sentir vontade de urinar, o amigo entra num beco com pouca luz para fazer o número um e, para sua surpresa, vê a namorada do amigo no maior amasso com um desconhecido. Mais que depressa ele sai para avisar o amigo e, rindo da situação, diz:
– Meu amigo, você disse que a sua namorada tinha ido visitar a vovó, mas eu vi agorinha mesmo ela agarrada com o “lobo mau”.
Quando os dois entram no beco para dar o flagra, não veem uma viva alma para contar história. O amigo do namorado ainda tem que ouvir uma ladainha durante todo percurso:
– Você está tão bêbado que parece ver chifre na cabeça de cavalo. A minha namorada é muito fiel!
O amigo ouvia tudo em silêncio e, resignado, pensava:
– Certo está o dito popular: “O corno é sempre o último a saber.”
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