O amanhecer, embora de inverno, estava lindo com um azul celestial sem nuvens. A cerração dava a sensação de solidão, que logo deu lugar a alegria de ver tantos girassóis de vários tamanhos voltadas para o sol, lindo demais de se apreciar, enfileirados em camadas colorindo toda a serra. O trânsito parou para olhar tamanha beleza e alegria.
As crianças dormindo, completamente entregues no colo da vovó, não quiseram ver nada, se aninhando quentinhas nas cobertas enquanto o sol secava o jardim, cumprindo o seu papel, após o orvalho da noite tê-lo molhado. Todo inverno é assim, mas esse em especial trouxe um colorido diferente, fazendo com que seus observadores se perguntassem o motivo das flores anteciparem a primavera de um modo tão exuberante.
O cheiro de café fresco e moído na hora trouxe Carina para o momento presente, que sem se dar conta, começou a cantar, surpreendendo a todos com seu cântico e voz suave. O pão de milho, o bolo quentinho, o galo a anunciar um novo dia, a mesa farta provocou a bela senhora, levando-a de volta a anos passados, num tempo em que era criança na casa dos avós. João tocou suas pernas:
– Mais forte vovó! Vovó me escuta! Tô falando com você!
– Desculpas, meu amor – Falou Carina – Estava submersa em minhas lembranças e não te ouvi. O que quer?
– Toma essa florzinha amarela que parece com você!
Naquele momento, todos se calaram para observar a riqueza daquele momento sublime em que uma criança de três anos reconhece na flor a alegria e beleza em semelhança com sua vovó:
– Que lindo! Eu sou bonita assim? Obrigada, meu amorzinho. Bondade sua.
O fim de semana passou rápido, deixando o doce sabor de novas experiências em um coração repleto de memórias, mostrando que sempre teremos oportunidades de aprender e ser feliz.
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