Anos 80, baladas ao som do RPM, preparação para o primeiro Rock in Rio, vestibular da Cesgranrio e eu no auge dos meus vinte aninhos. Mas uma frase ouvida de um conhecido me chamou a atenção: “FUSCA, CHIFRE e CARRO à álcool, teremos todos um dia.” Pois não é que fui agraciada com os três?
O fusquinha cinza ganhei de papai e o danado nunca me deixou na mão. O chifre, do meu primeiro namorado. Na época, já era meu noivo. Após três anos de relacionamento e com os preparativos do casamento em andamento… Foi a maior confusão! Quase paramos na delegacia, porque depois que descobri o chifre, resolvi dar o troco, e aí, não prestou.
E me vem à memória outro ditado popular: “Quem bate, esquece. Mas quem apanha, guarda pra vida inteira.”
Não esquece mesmo! Principalmente os homens. Os machistas que me desculpem! Meu noivo ficou tão furioso por tornar-se chifrudo que quase foi às vias de fato. Tentou atropelar o motoqueiro bonitinho e ordinário com quem lhe dei o troco da traição. E assim, o noivado acabou. Levei muito tempo para processar toda essa confusão, além da minha própria imaturidade. Os outros chifres que vieram no decorrer da vida, desisti de revidar.
O Fusca nunca me deu problema, nem o carro à álcool. Mas o chifre? Ah, esse DOEU pra caramba!
Chifres são desilusões que independem da idade, classe social, aparência física…Deixam nossos corações vazios, apenas com histórias de quem partiu e de quem ficou.
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