O dia que conheci Amanda, amei dos pés à cabeça. Não sei exatamente a data a hora o local o preço da gasolina… mas na retina ficou registrado the black hair, contrastando com a epiderme branca. Ancas em um bailado ladro de olhares. Entre tantos, o meu miserável olhar (que nunca foi uma Brastemp) temperando com brilho servido em g(r)amas de luzes. Sim, ela era o início de uma nova Era in my Life. Tinha o veneno víbora em dose certa, a doçura, iluminura, leveza, vontadedetrepar, alegria e uma barra de chocolate na mão direita.
O dia que conheci Amanda não fazia frio nem calor não era noite nem dia e a emoção tomou minhas mãos para viagens em outro cosmo e como criança chorei. Mas não foram lágrimas de tristeza ou felicidade, não! Era como se todo o meu ser tivesse saindo ali, bem ali naquele sal, cada gotícula de amor explodia no silêncio molhado, salgado da lágrima. Sim, eu me apaixonei por aquela mulher à primeira vista.
O dia que Amanda tudo virou feriado de carnaval. Só praia ensolarada cerveja gelada e um bom samba sssusssssurrando no ouvido. Antes de despir-se ela perfurou minha alma de menino bobo com olhar de serpente anjo. Cantou algumas palavras e beijou-me eternamente. Era como se eu tivesse sendo sequestrado por uma onda de lavas. Aquela língua quente invadindo minha boca. Arrancando o melhor que há em mim. Corpos desnudos falantes, estrelas que se chocam no infinito. A alva pele brilhando. Os negros pelos pubianos versejando. Cona faminta gritando meu nome. Falo inflado peso pulsando. Um engole o outro engolido se mastigam e fdhusudhfsdusdajfjadsjkfjksdfjkjdksafjkadsjkfjkdsjfjkdaskj~fjkdasf.
O dia que amei Amanda fui devorado. Ela dançou para mim a música que não estava tocando. E eu senti a melodia ouvindo seus movimentos. Ávida pela vida foi até a fonte de toda a resistência sugar minha semente de vênus. E após minha total expansão bebeu meu ser com sorriso decorativo. Dez, trinta quarenta dias semanas meses anos séculos se passaram de prazer prazer prazer… e quando saí daquele santuário de Eros não estava cansado ou mais velho. Amanda me enxugou y me deixou novo como um adolescente que sente pela primeira vez o sol que perfuma o amago feminino.
O dia que sumiu Amanda fui destruído. Amanheceu o dia e não havia aquele corpo macio no cio ao meu lado. Era primavera e não era. Não existiam mais flores em minha estrada e os espinhos rasgavam a minha carne rindo de mim. Ela partiu deixando apenas seu jogo de dardos e sua camisola suada. Foi como se de repente todo o meu colorido fosse tomado por trevas. Como se toda minha vida tivesse escolhido para o primeiro bueiro.
O dia que sumiu Amanda sangrei de dor. Em todas as partes havia lembranças de tua dança trança troço trigo para tetas buc… DROGA!!! Ela havia partido sem ao menos deixar um beijo para eu guardar em meu cofre peito. PPPPOOOORRRRAAA!!! Ela se foi no sábado tirando todo sentido da minha besta vida, transformando meus faustos domingos em Domingão do Faustão.
Hoje já faz dez longos e gélidos anos que Amanda partiu. 3650 dias de daltonismo & punheta. 87600 horas de solidão bebedeiras loucura humilhações e pobres poemas. 5256000 minutos que não mais sei se sei quem sou eu fui vou. Voou sem bússola biruta pelos mares de minhas lágrimas saudade. Dez anos e descobri q sempre fui um nada. Era Amanda que emprestava um pouco do seu tudo a mim.
Dez anos y continuo amando Amanda manda anda dá… va (dez anos…)
O conto Exercitando os músculos do peito foi publicado no fanzine Koisas, editado por Cezar Ray, em 1994 (acervo: Moduan Matus)
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