Por mais que o incomodasse, o menino era sua cara, sua carne, seu jeito, caráter muito parecido, “cuspido e escarrado”, diria sua avó (rs) ao invés de esculpido em carrara. Mesmo assim, aquele incômodo o perseguia. A não aceitação era sua maneira de autoproclamar-se único. Não queria dividir sua atenção com aquela a quem, antes, lhe dedicava total atenção. Com personalidade forte, ninguém o domava. Por mais amor que lhes tivesse, maior era o seu próprio.
O menino impetuoso crescia. Parecia provocação, mas ele sabia sobressair. Era o mais levado da turma e o melhor nas notas. Quase não precisava estudar para as avaliações, e amava o pai apesar de tudo. Inclusive, as besteiras que fazia eram para chamar sua atenção. Assim passou-se o tempo.
No dia da formatura, ambos naquela correria, deram um encontrão à frente do espelho do corredor. E ficaram assim parados, até que chamando por seus nomes, a mulher os trouxe de volta ao corredor. O espelho… ficou de lado, pois um podia ver-se no outro. Um misto de orgulho e admiração os envolveu.
– Vamos, meninos?
Era hora de seguirem, o uber estava à espera em frente da casa.
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