Um encontro no calçadão do Banco do Brasil/Bradesco, ele saindo do trabalho, especificamente da agência, de calça e blusa social dobradinha, no auge dos seus vinte aninhos, alto, com bastante cabelos pretos e lisinhos. Um gato!
Ela, provavelmente vindo da faculdade, vestida de calça e blusa justinhas, magrinha, cabelos compridos no auge dos seus vinte e um anos e muito gata com um sorrisão.
Pararam e conversaram por uns poucos minutos e ficaram de se esbarrar por aí.
Um encontro na Uisqueria incentivado pelo primo dela, na Vila Iboty, barzinho aconchegante e escurinho. Mas a falta do telefone, a dificuldade de comunicação e a persistência do antigo namorado dela, que marcava juntinho para voltar e bloquear qualquer pretendente, fez eles se perderem.
Ambos casaram e trinta e poucos anos se passaram, no velório do irmão dele se encontraram. Ele casado novamente, ela separada do antigo namorado, marido… um olhar furtivo e aquele pensamento: e se fosse com ele? Seria diferente? O casamento vingaria? O clima não era propício…
E os tempos voaram, ele enviou uma mensagem pelo Face mas ela não viu, havia perdido a senha do Facebook quando trocou o celular.
E nessa novela mexicana foram-se quarenta anos… desta vez será que vai? Ele foi convidado para comemorar o aniversário dela, jantarzinho com poucos amigos, cervejinha e todos foram se despedindo lá pelas 23h e ela pediu para ele ficar, conversaram: ele ama samba mas ela gosta de música americana, ele adora um boteco com muitos amigos e cervejinha… ela, o sossego da casa, e bebida alcoólica não faz parte do seu dia a dia, parecia mais a canção do Eduardo e Mônica… rolaram uns beijinhos, mas faltou TESÃO e descobriram que era um caso perdido. Perdido no tempo, na distância Rio x Brasília e no imaginário da juventude.
Parabéns Katia, que conto bacana, delicioso de ler.