As paredes mostravam um passado não tão distante. As fotografias guardam lembranças de frações de tempo, momentos que ficaram marcados na memória. A vida parece correr mais rápido. Seria a minha percepção alterada ou o meu costume de conviver em estado de consciência adormecida?
Por muitos anos eu usei subterfúgios para distrair meus sentidos. Perdi grandes oportunidades de crescimento profissional, pessoal, interpessoal, financeiro, filosófico. Usei a auto sabotagem como uma válvula de escape para não enxergar a realidade à minha volta. Entretanto eu me considero uma pessoa de muita sorte.
Foram mais de vinte anos de dias que pareciam estar perdidos, reações químicas dentro de mim que poderiam resultar algo bem desastroso. De fato, eu sofri algumas escoriações, mas ao mesmo tempo, fiquei mais forte a cada situação enfrentada. As quedas fizeram parte de alguns momentos não tão agradáveis, mas até isso me deu mais habilidade.
Com o tempo eu aprendi a cair. Foram muitos “ais” soltos pelo ar. Casamento? Eu nunca tive, mas relacionamentos eu colecionei, ou fui colecionado. Seria um álbum de figurinhas incompleto? Guardei memórias de tempos ruins, mas tive momentos felizes. Risadas gostosas com ou sem companhia. Amores frutíferos e momentos de puro prazer e êxtase.
Eu ainda tenho mais dois quartos de vida pela frente, ao menos quero ter, gostaria de viver até os meus 120 anos para colecionar mais lembranças de vida. Memórias sobre tudo e agregar minhas experiências em outras. Me encontro a refletir sobre a possibilidade de existir mais pessoas que, assim como eu, guardam as lembranças em memórias que não são seletivas.
Gosto de ouvir as pessoas, saber sobre suas vidas, sobre seus momentos, sobre suas memórias. Descobri que podemos guardar informações importantes em nosso subconsciente e deixar senhas mais seguras. Armazenar datas comemorativas e imagens fotográficas em nossa incrível mente. Descrições diversas sobre as trocas de energias. Dar e receber carinho e aprender, também, a receber críticas. Construtivas serão agregadas, caso contrário, deverão ser analisadas.
Gosto de tudo o que existe, mesmo sendo diferente para outrem. Recentemente fui em uma consulta médica e a doutora que me atendeu me confiou um segredo: GOSTO DE GENTE. Acabei concordando de imediato. Aprendi a reconhecer minha imperfeição e aceitar as pessoas como elas são. Fazer o máximo de amigos que eu puder porque a única coisa que me importa é estar presente.
Deixe uma resposta