Ele vivia com sereias na Ilha de Paquetá. Entoavam cantos harmônicos, deixando-o zen o dia inteiro. Já à noite, elas eram um mar de silêncio enquanto a litorânea baía se enchia de olhos piscantes, feito aquele céu desalgodoado que velava e também piscava aos ilhados.
Ele vivia da pesca e de brisa. Plantava cana, fumo… enrolava, fumava como um havana de outra ilha não havaiana. Bebia o fruto da destilaria, não fazendo distinção de noite ou dia, só das sereias, belas ou feias, despertando-o, cantando, encantando-o como um sonho, continuando, capitulando, recapitulando novo não-acordar, nem concordar com tantas idas e vindas de gente a Paquetá e nem com seu eterno olhar à Praia de Mauá, ao longe, de onde, no breu, um monstro faiscava, numa farolagem, embrasado, soltando fumaça feito um grande charuto, espantando sereias e baleias.
Quando a ressaca ameaçava chegar, ele tomava outra, pinga a pingar, só de onda, quebrando, se enchendo como a preamar.
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