Eram todos penetras. A briga, no entanto, era quem chegaria primeiro na grande casa. Todos corriam esfuziantes em meio a empurrões e cotoveladas. Reclamavam muito do órgão que os havia expelido, pois devido ao pequeno tamanho do mesmo, tinham que percorrer um espaço muito maior.
O solo era escorregadio e escuro. Isso fazia com que alguns errassem o caminho, se perdessem do grupo e batessem em portas erradas. Uma ida sem volta.
O primeiro penetra que chegasse e conseguisse entrar na grande casa, ganharia como premio um confortável alojamento, com direito a alimentação e ao aconchego de uma sala tranquila por durante alguns meses.
Todos queriam vencer, todos corriam para vencer, mas quando se aproximaram da tão sonhada moradia, começaram a ser agredidos violentamente pelos guardiões de plantão, que tinham como missão triturar tudo que chegasse naquele recinto e enviar para outros caminhos.
Todos os penetras ficaram quebrados e abatidos depois que entraram naquela casa, que apesar de muito grande, não tinha sala. Na realidade, era apenas um local de passagem.
Foi assim que os penetras encontraram seus tristes rumos e todos acabaram, a seu tempo, na mesma moradia que a fatalidade lhes reservara: Um castelo ao ar livre, branco, arredondado, com grandes bordas, cujo cômodo não tinha nada da sala confortável que eles almejavam, e sim uma enorme poça d’água cheia de um mortífero cloro, e todo o grupo de penetras acabou mergulhando em seu destino final.
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