tapete ipê roxo

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O nome do bar era “Esconderijo”, um nome propício para aquele momento. Ele procurou mostrar-se discreto, fez um esforço enorme para evitar os trejeitos. Havia marcado o encontro pelo aplicativo.  O ‘Bofe’ era lindo, fisiculturista e de uma simpatia irrepreensível. Ficou apaixonado logo no primeiro contato. Seu plano inicial era caminharem um pouco por aquela Praça, para se conhecerem melhor, para só depois então convidá-lo para conhecer também seu apartamento, tomar aquele prosecco deixado na geladeira para a ocasião, e só depois, já inebriados pelo momento, amarem-se.

O Ipê formou um tapete roxo sobre a grama e ele sentiu vontade de deitar-se sobre ela, vontade de cobrir-se com aquelas flores e de lá ficar olhando a moça ir embora empurrando o carrinho do seu bebê. Pensou na sua mãe, no seu destino, na sua busca… O sol começava a negar a sua luminosidade e a noite chegou para dar a notícia baixinho em seu ouvido: “Ele não veio…”

O nome do bar era “Esconderijo”, porém ele não conseguia esconder mais a sua tristeza, a sua decepção. Só as duas lágrimas que escorreram pelo seu rosto, ficaram escondidas no guardanapo.