Era uma vez num mundo aquático, um peixe lunático (diziam os outros). Mas que nada! No fundo (no fundo mesmo) ele era prático e não levava desaforo para casa. Quando se via à frente de um suposto perigo, inflava-se cheio de si, de estufar o umbigo (se umbigo tivesse)! Quem o visse, na superfície, com todo aquele artifício, logo se assustaria e ele atingia seu principal intento. D’outra feita, n’outro evento, vendo-o com cara de azedo, tiveram tanto medo, que inventaram uma história, registrada na memória. Essa mesma que conto pra vocês: essa história de “era uma vez”.
Só porque ele estava meio estranho, indo do azul ao castanho, inventaram que era perigoso – causando grande alvoroço. Ele, um tanto quanto estupefato, indo para todos os lados, sentia que ia inflar e subiu à procura de ar. E estufou-se o quanto pode. É o que dizem até hoje! E ele se foi a “perder de vista”. Chamaram-no até de terrorista, e que iria explodir uma bomba, soltando veneno pra toda gente… Ops! pra todo peixe!
Diz-se que na explosão, voou doido que nem balão quando estoura em voo cego, quando fura em algum prego.
Mas, como esta história é inventada, disso tudo, não aconteceu nada: Nem peixe lunático, nem peixe terrorista, nem bomba que faz bum! E nem “bíbide-bóbide-bu”. Findo o zum, zum, zum, na verdade ele estava assim, assim só porque queria soltar um pum!
Fim
Conto publicado no livro Oscilações, de Sil.
Adorei o conto, Sil. Muito bom.
Valeu!
Amei!!!!
Um peixe imaginário como um balão que explode. Muito legal.
Sim, Medina, nosso imaginário nos leva longe, rs. Baiacu, baiagu, sapo-do-mar, peixe-balão ou lola são as designações populares para peixes dessa ordem.
Valeu!
Sil, adorei essa brincadeira de palavras e a imaginação solta nas águas.
Amei!!!