Era uma vez uma caixinha de lápis de lápis de cor. Mas não era lápis de cor comum, desses que a gente está acostumada a usar. Era giz pastel. Tem pastel seco e pastel oleoso. Os dessa caixinha eram pastéis secos. A caixinha era da pequena, com doze bastões coloridos porque o desenhista era iniciante e ainda estava aprendendo a pintar com esse material. Aliás, seria a primeira vez.
Dentro da caixinha, as cores já se conheciam e faziam altos planos para os futuros trabalhos do jovem artista:
– Não vejo a hora de ser utilizado! Claro que ele deve começar comigo. Sou uma cor muito importante! – disse o preto.
– Nada disso! Todas as cores são importantes! – disse o vermelho, não conseguindo esconder um pouquinho da raiva denunciada por ter ficado mais vermelho ainda.
– O vermelho tem razão – concordou o tímido rosa.
– Calma, gente! Vamos aguardar – Tentou apaziguar o pacífico branco. – Cada cor tem a sua importância e vai depender do gosto do artista.
No dia seguinte, Tuca, o artista, chegou cedinho à sala que lhe serviria de atelier. Pegou o bloco de papel, a caixa de giz pastel, um carvão, um pincel largo e uma borracha. Colocou o material em cima de uma mesa que ficava embaixo de uma janela que, ao ser aberta, deixava à vista um lindo jardim com uma grande variação de flores coloridas.
Tuca sentou-se, pegou o carvão e começou a fazer o esboço de uma parte do jardim. Olhou o que desenhava e ficou satisfeito. Com o pincel tirou o excesso do carvão e pegou a caixinha de giz pastel para decidir as cores que iria usar. Foi quando a insegurança e a indecisão invadiram seus pensamentos:
“Será que vai dar certo?”
“Se eu usar essas cores, será que vai ficar bonito?”
“E se as cores não combinarem?”
Por fim, Tuca pega o preto e contorna todo o desenho. Olha para o desenho, para o jardim, novamente para o desenho… Faz um sombreado para dar um contraste de luz e sombra. Olha novamente, fazendo uma expressão de insatisfação.
– Ah, quer saber? Amanhã eu termino.
Guardou o bastão preto na caixinha e o restante do material deixou em cima da mesa. Fechou a janela e saiu.
Dentro da caixinha, os bastões coloridos não escondiam a decepção. Até o preto, que foi utilizado no trabalho, não gostou:
– Poxa, eu sem vocês não tem graça…
– Pois é, estava aqui no aguardo, pensando que seria muito utilizado – reclamou o verde.
Foi quando o amarelo teve uma ideia:
– Repararam que Tuca deixou a caixinha aberta? Vamos fazer nossa festa e colorir o desenho!
– Tá maluco? E se o Tuca não gostar?
– Azul, maluquice é deixar o desenho de um jardim cheio de flores coloridas sem cor. Vamos votar, então. – Determinou o amarelo. – Quem é a favor de colorirmos o desenho?
Foi um tal de EU pra lá, EU pra cá. E com a decisão unânime tomada, lá se foram os bastões, saindo um por um da caixinha, dirigindo-se para o desenho. Foi uma cena linda, digna de ser pintada! As flores foram coloridas, as folhas assumiram verdes de todos os matizes, as cores se misturavam entre si, realçavam-se umas às outras quando necessário… Foi lindo de se ver! Até se darem por satisfeitas e voltarem pra caixinha.
No dia seguinte acordaram com a reação de felicidade do artista:
– Nossa, como ficou lindo esse jardim! Que cores maravilhosas! Não lembrava que tinha pintado assim!
Os bastões coloridos gostaram muito da reação do artista que, a partir daquele dia, produziu trabalhos lindos e cada vez mais coloridos.
Lindo nosso conto número 600 👏 👏
Grata, meu amigo!!!
Muito bonito e colorido o nosso conto 600👏👏👏
Valeu, meu grande amigo poeta!!!