A chuva caía por toda manhã
De forma contínua, torrencial.
Havia uma sincronia entre a chuva
E os sentimentos que dentro dela fluíam
A beleza da chuva molhando a terra
O medo da chuva, que deixava muitos em agonia,
Um reflexo das últimas catástrofes
Que deixou milhares de famílias
Sem chão, sem pertences, sem moradia…
Uma hora caia no choro
Outra hora, quando alguém se aproximava,
Fingia que estava tudo bem e sorria
Quem a olhasse diria
Que ela era o retrato da alegria
Tudo mentira, só ela sabia
O quanto a traição doía
Sentia na pele a rejeição!, como sofria!
Ela sabia o que precisava fazer para sair daquela letargia…
Levantou-se da cadeira, que já tinha o formato de sua anatomia,
Pegou o telefone e marcou sua sessão de terapia.
Pronto, tinha dia e hora marcada o início da cura para sua melancolia.