Inúmeras dificuldades durante o transcorrer do ano, afinal são 365 dias. O trem cheio parte de diferentes pontos da cidade. Passageiros, ainda sonolentos, aproveitam alguns minutos da madrugada. Alguns viajam de ônibus, percorrendo vários quilômetros no vai-e-vem casa-trabalho-casa.
No fim de cada mês, o pagamento. Que bom! Vai dar pra aguentar! Mas tudo está cada vez mais caro. O dinheiro quase não dá. E é assim que milhares de pessoas, residindo nos centros afastados do Rio, fazem. Gente honesta e do trabalho. Vez por outra é uma fezinha no jogo, quem sabe ajuda.
O ano passou e afinal, em fevereiro, tem carnaval. Os ensaios da escola de samba durante o ano, nas noites de sábado. Pagode aos domingos. Canta o samba-enredo, porta-bandeira, mestre-sala, passistas. Muita alegria!
É domingo e as escolas desfilam. Que beleza para os turistas. Milhares de pessoas em cada escola, diferentes enredos, fantasias super caras (caríssimas), destaques famosos. As noites passam e o povo vibra. É carnaval! É Folia!
Chega quarta-feira, o próprio sol já se mostra preguiçoso. Terminou o carnaval. Só resta, agora, enrolar a fantasia, subir o morro, arrumar a esteira e, como diz, o samba: dormir…
Ano que vem tem mais. Amanhã tem batente.
Fernando Mendes Guimarães é poeta e pescador da vida.
É carnaval! É folia! foi publicado no fanzine Koisas, em 1995 (acervo Moduan Matus).
Deixe uma resposta