Um conto com o tema Ponto. Um pequeno sinal, um simples toque da caneta no papel. Pode estar só, acompanhado de quem mais ele gosta e tem ciúmes, a vírgula, ou de mais dois pontos, neste caso chamado reticências… Todos eles são utilizados em qualquer tipo de redação e colocados no meio ou final de cada frase completa ou incompleta, em parágrafos e, principalmente, no fim do que se está escrevendo, aí chamado de ponto final. Tudo isso é gramática mas, juro que não estou fugindo do ponto, ou melhor, do conto… Não vou escrever sobre o sinal mas de pequenas expressões iniciadas com a palavra ponto significando variadas falas corriqueiras. São muitas e escolhi três delas para contar três pequenas histórias.
PONTO DE ÔNIBUS: Não raro, o ônibus que esperamos demora a chegar. E aí, a conversa com alguém ao nosso lado é inevitável. Em questão de minutos ficamos sabendo de grande parte da vida do dito ou dita cuja, onde mora, seu trabalho, seu time de futebol, se é Bolsonaro, Lula ou apartidário. E, se o ônibus demorar mais um pouco, problemas em sua vida pessoal conturbada e até sua vida íntima, com preliminares e detalhes, será externada sem cerimônias. Entrando no ônibus, se a conversa estiver nos agradando damos corda e até, se possível, sentaremos na mesma poltrona para continuarmos o papo. Se for ao contrário, ficaremos bem distante do incômodo ou navegaremos em nosso celular para fugirmos daquele ou daquela que, logo de manhã, quer encher nossas cabeças com problemas. Afinal, não somos psicólogos e muito menos psiquiatras. Raios os partam.
PONTO DE ENCONTRO: Um ponto de encontro poderá ser um tremendo desencontro se sua localização não for bem determinada e entendida entre as partes contratantes. Foi assim comigo e logo no primeiro encontro com minha especial e também primeira namorada. Marcamos em um domingo, na escadaria de uma determinada igreja na zona sul do Rio para, imaginem vocês, assistirmos a missa das 18 horas. Ela estava cheia de boas intenções… Me emperequetei todo, vesti a melhor roupa, lustrei os sapatos, passei gel no cabelo e tudo mais… O desencontro aconteceu porque existem duas igrejas, muito próximas uma da outra de nomes parecidos, ou seja, ambas conhecidas como Nossa Senhora da Glória. Estranhei ao chegar pois, além de não vê-la, não tinha viva alma por perto. Pensei com meus botões: é assim mesmo, cheguei muito cedo e mulher sempre atrasa. Mas, pouco antes do horário da missa, sem ver gente, padre e muito menos ela, vi que que estava no local errado e dei um pique para a outra igreja e a encontrei me esperando, linda, uma princesa, uma deusa. Ao me ver, correu em minha direção toda sorridente dizendo: vamos que a missa já começou. Expliquei rapidamente o porquê do meu atraso e, de mãos dadas, entramos na Igreja. Dois anos mais tarde, esta moça se tornaria minha primeira esposa.
PONTO FINAL: Ora bolas, pitombas… Não vou contar terceira história coisa nenhuma porque, simplesmente, ponto final é ponto final e… PRONTO.
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