Depois que passada a pandemia que assolou a Terra, no início da década de vinte. O ano corrente de 2022 começou vazio…
Sobraram poucas pessoas, sumiu quem não acreditava em ciência. Os opressores desapareceram, acabara o domínio da exploração do homem pelo homem. 90% da população escafedeu.
As pessoas viviam felizes: ar puro, abundância; mais ou menos o paraíso da Bíblia, mas a comunicação ficara deficitária.
Então, como toda história com final feliz, numa manhã de verão, em Nova Iguaçu, precisamente na Serra do Vulcão: uma estrela cadente terminou seu trajeto no centro da cratera.
A turma do após a doença estava com a cabeça feita em torno da paz e do amor, contudo, não contavam daquela visita inesperada…
Todos subiram o morro para observar o clarão, tal foi a surpresa: os alienígenas estacionaram a espaçonave na base do ponto turístico. Felizes da vida, já faziam um churrasco — chamaram a gente — de pronto, abriram um litrão… A ordem era fazer amizade.
Inacreditável! O saci estava lá — recuperado — usava uma prótese, instalada pelo SUS; o lobisomem exibia seu pelo cheiroso, sem pulgas; todavia , a única sem capacete de proteção era a mula sem cabeça; mas também todo o elenco do Sítio do Pica Pau Amarelo, compunham a tripulação.
O contato, feito, trouxe a esperança de dias melhores!
Rápido, organizaram uma excursão em volta do planeta. Influenciados por Daniel Azulay, o capitão da nave que propôs 80 dias…
Durante o passeio descobriu-se um colorido racial. Uma só raça, a raça humana; apenas uma classe, a classe dos sobreviventes.
Nós voltamos, fizemos uma festa; o som, pegamos emprestado com a sogra do cara do Grupo Aleatórios (escritores da cidade), cada um levou um pratinho e confraternizamos…
Os oitenta dias revelaram única língua, moeda universal, além do sentimento de que a união faz a força!
Acordei, suado, a cama revirada, visão turva; tendo ao fundo a minha companheira, com uma xícara na mão:
— Toma este café amargo, porque, ontem, você bebeu todas…
Retornei ao travesseiro, entretanto, Daniel tinha ido embora sem se despedir…
Qual seria o limite do sonho?
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