Acho que a primeira vez que ele sentiu essa sensação, foi com a Renatinha, no colégio, durante o recreio, quando ele ainda tinha 10 anos.
Renatinha, uma menina muito espevitada e assanhada, era dois anos mais velha que ele e quando viu que não havia ninguém por perto, o chamou dizendo que iria lhe mostrar uma coisa. Levantou a saia, arriou a calcinha, mostrando sua pequena vulva ainda com raros pelos pubianos. Pronto! Foi o suficiente para o desmaio. Foi uma correria geral. Veio a professora, a diretora, os colegas e ninguém sabia o porquê Zequinha havia desmaiado. Atestaram posteriormente que devia ter sido porque ele não se alimentara direito no café da manhã.
José Carlos passou toda adolescência lembrando daquele fato e na hora do banho, sentia um calafrio toda vez que se masturbava, pensando naquela pequena abertura escalvada. Porém toda vez que atingia o clímax, tinha fortes vertigens e desmaiava. Algumas vezes ficava longos minutos assim, até recobrar os sentidos. Às vezes despertava com os murros de sua mãe na porta, perguntando se ele morrera lá.
Fez uma faculdade de Gestão Ambiental. Adorava adentrar em matas fechadas para descobrir plantas e árvores novas e sempre dizia que o seu tesão era desbravar a selva, penetrar na natureza, longe das pessoas, no silêncio da vida, enfim era onde ele projetava a sua libido.
Por insistência da família e exigência da sociedade, ficou noivo. Depois disso, começou a adiar o casamento com medo da noite de núpcias. Sonhava sempre que estava sendo engolido por uma fenda em forma de vagina gigante e careca e acordava gritando e tonto, quase tendo novas vertigens.
Mas como nessa vida tudo passa e o tempo não espera por ninguém, chegou o dia do seu casamento.
José Carlos morria de medo e de vergonha de sua agora atual esposa descobrir o seu ponto fraco. Temia o instante em que ela lhe apresentasse sua intimidade. Viajaram na lua de mel para Campos do Jordão. Logo assim que adentraram no hotel onde estavam hospedados, sua mulher foi tomar um banho e voltou enrolada numa toalha. Ele suava frio. Quando ela abriu a toalha lhe mostrando a ‘perseguida’, ele arregalou os olhos ao levar um susto: A moça tinha um vasto ‘matagal’ que lhe cobria o sexo, chegando até na virilha. Zé Carlos não sentiu a sensação de desfalecimento, só desejo. Foi a emoção de como se estivesse se deparando com uma selva de negros gravetos encaracolados, e ele então beijou, acariciou, mergulhou e se perdeu em gozos múltiplos.
Estava muito feliz por ter se livrado das vertigens. O diabo agora eram os gravetos que sempre ficam agarrados entre seus dentes.