O fio da fofoca da filha cujo sangue não era o mesmo da mãe.
Hoje é um dia comum do início do mês de outubro de dois mil e vinte um. Zapeando pela rede social ‘twitter’ (lê-se [tuirer] na pronúncia gringa), eis que me deparo com uma “THREAD”, no mínimo, curiosa. Sim, os nomes podem até parecer estranhos para alguns de nós da geração cringe, ou melhor, para a geração anos noventa e anteriores. E é por isso que vou explicar ao amigo leitor-ouvinte, desalinhado de tantas ‘informaticalhas’ e ‘interneteses’, mas atento aos alinhamentos aleatórios da vida, o que vem a ser um ‘twitter’ e uma ‘THREAD’ (lê-se [frued] na língua dos ímpios do norte, ou quase isso). Aqueles que por aí se cansam de uma palestrinha, pode pular para o quarto parágrafo.
Bom, meu caro, se você está nesse parágrafo aqui, certamente é porque você quer entender melhor como funcionam os barangandangos virtuais atuais. Então bora lá sem demora, que a hora é agora. Tuiter, aportuguesado, ou ‘twitter’ é a rede social conhecida de muitos usuários que gostam de informações rápidas, condensadas, dinâmicas e com poucos textões, muitos links externos, perfis verificados de escritores, jornalistas e celebridades que gostam de comentar, ou melhor dizendo, fofocar rapidinho sobre a sua vida ou a dos outros. Ele também é um aplicativo e site de internet, dá pra acessar facilmente sem instalar nada no seu computador, smartphone ou celulares velhinhos que tenha acesso a navegador de internet móvel. Daí a praticidade maior que outras redes. Traduzindo: é a rede das fofocas rápidas e também não tá livre das notícias falsas, como seu mais famoso concorrente, o feicitruque (facebook).
Já uma ‘THREAD’, também pode ser aportuguesada como ‘fio’ ou ‘sequência’. E é bem essa a ideia, uma fofoquinha (textos curtos, lembra?), contada através de um fio, às vezes longo, mas na maioria das vezes, com não mais que duas ou três frases por cada ponto do fio (tuíte) com, literalmente, um fiozinho ligando a sequência. Basta o leitor abrir o tuíte que ele verá o fio descendo, mas, a depender do tuíte pelo qual você começou a ler o fio pode ser parte do meio da história ou até o último tuíte da sequência completa. então é necessário ficar atento ao tal fiozinho ao lado do texto que você tá lendo pra saber onde começa e onde termina a história ou a sequência de postagens.
Agora sim, vamos aos fatos – ou ‘fics’, invencionices, até porque não dá pra confiar em tudo que postam na internet, não é mesmo? A partir daqui eu peço que o leitor ouvinte preste bem a atenção. Não aos nomes, pois decidi contar essa fofoca de tuiteiros escondendo os nomes e os perfis originais, porque pode ser que eles sumam. Vocês vão entender os motivos já já. Portanto, prestem atenção aos acontecimentos para não se perderem.
Primeiramente, me deparei com um tuíte da Renata (nome fic, ou melhor, ficcional) com as seguintes palavras: sigam a história de uma doida que dizia que minha filha era filha dela e enganava a família do ex dela há cinco anos. Achei curiosas as palavras, cliquei e fui seguindo até o final a história da Renata.
Depois, a cada tuíte que eu lia, achava ainda mais estranho o fato de que uma mulher conseguiu por cinco anos enganar a família do ex namorado dela toda, além, é claro, do próprio ex namorado, enviando fotos de uma criança que não era a dela. Quem descobriu a farsa foi a irmã do rapaz enganado. Ela recebeu uma foto compartilhada de uma outra amiga, perguntando se a menina que estava na fotografia era parecida com a sua suposta sobrinha. Então tudo se desenrolou. A mãe verdadeira da menina foi chamada pela irmã do moço numa rede social para uma conversa no privado. Elas trocaram informações básicas para confirmarem a farsa montada pela ex de seu irmão.
E quando Eliza (a irmã de João Paulo) contou para a mãe (avó da suposta criança): foi um choque total! Uma revolta! Momentos de tensão cobriram essas horas ao desvelar o ocorrido. Ninguém da família de João Paulo quis acreditar no que estava acontecendo e só se convenceram depois de Renata, mãe verdadeira da menina, mostrar outras fotos de família com a criança. A família de João Pedro era muito humilde, moradora de um bairro distante do que sua ex-namorada, Natália, residia. Nunca conseguiram ver a criança pessoalmente. João Paulo pagava pensão desde 2016 para sua ex rigorosamente em dia. Mas sempre que tentava ver a filha não tinha autorização da “mãe”. Renata contou tudo, tuíte por tuíte, indignada. Revoltada. Jurando ir à delegacia dar parte de Natália, por ter usado as fotos de sua filha. Dona Vera, a avó da falsa criança já havia até mostrado diversas fotos da neta, o orgulho de João Paulo, às amigas da igreja e tudo mais.
Uma mentira que durou nada mais nada menos que 5 anos e alguns meses. Revelada por obra dos fios da virtualidade. Contada na internet. Numa rede social. Com requintes de compartilhamentos na casa dos milhares. Favoritadas? As famosas curtidas do ‘facebook’ na ‘thread’, teve sim e muita! Chegaram a bater a casa dos 60 mil. Retuítes, o equivalente ao compartilhamento, lá na outra rede social, também teve, e de semelhantes proporções. Esse é um caso, senhoras e senhores. onde podemos dizer, definitivamente: a menina era sangue de outro sangue!
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