Ser mãe é padecer no paraíso! Ela, que tanto amou suas criaturas. Fértil e generosa, sustentou a vida e a multiplicação de todos. Deu água, alimento, remédio, abrigo e beleza. Já cansada, pede socorro aos seus filhos ingratos. Ela sabe que tudo perece e um dia morre. Ela não é diferente. Vai morrer também. Mas queria tanto ver todos os seus filhos e filhas criados, bem e com saúde…parece que isso não vai acontecer…
Seus dias parecem estar perto do fim, mas quem liga? Será que ela os criou mal? Será que não entenderam tanto amor dado sem pedir nada em troca a não ser harmonia entre os irmãos?
Seu coração, antes cheio de vitalidade e energia, hoje bate fraco e desanimado. Nem todos os seus filhos são assim, é claro! Colo de mãe tinha que ser lugar sagrado e respeitado. Ao menos deveria, mas a maioria já se esqueceu de seus ensinamentos. Alguns a defendem, mas ainda são poucos e suas vozes são abafadas pela indiferença de seus outros irmãos, que cresceram e se rebelaram. Será que eles não veem que uns precisam dos outros? Quando é que eles deixaram de enxergar isso?
Seus ensinamentos deveriam ser lei. Aliás, em alguns países até são e seus direitos inalienáveis. Os Direitos da Natureza….Mas as tais leis ficaram só no papel. É…mãe sofre!
Mãe também fica triste: Ela não queria chorar tanto, mas suas lágrimas se multiplicam com seu pedido de socorro, se dissolvem e acabam inundando casas, ruas, lugares.
Mãe também perde a paciência e dá bronca feia nos filhos: As labaredas de seus gritos queimam por muitas distâncias e até se misturam às labaredas que não são feitas por ela. Isso a deixa confusa e suas ações parecem sem sentido.
A maternidade do mundo, a Mãe-Natureza, pode estar caminhando para o seu fim, levando todos juntos. Não, ela não é má. Garanto que, como mãe, se ela pudesse, pereceria sozinha, garantindo a saúde, alegria e bem-estar de todos, mas não pode. Nós também somos natureza: ela é raiz e nós, folhas, flores e frutos.
Observação: ‘maternar é um verbo novo formado pelo substantivo materno e da terminação -ar – e infere-se ao significado «tratar maternalmente/ser ou agir como mãe». ‘
Deixe uma resposta