frida kahlo

Fi

Ela não gostava do seu nome: Filomena. Tinha muitas memórias que a levavam a esses inusitados fatos. Todos a chamavam de “mena” e “mena” era quase o diminuitivo de menos, de insignificante.

Filomena gostava de desenhar e escrever. Desde os cinco anos já rabiscava uns desenhos, que dona Esmeraldina, sua professora, elogiava com frequência, a exemplo de sua mãe, que ao olhar seus rabiscos dizia: “Muito bom”. Seu pai os olhava de soslaio, indo pro trabalho e só dizia: “É…”

“Filó” também foi uma alcunha que sua tia dera e ela detestava. “Filó é nome de pano para fazer cortinas”, ela pensava. Achava esse apelido pejorativo.

Gostava mesmo era de ser chamada de ‘Fi’. Só isso: Fi, um fonema sutil na junção de duas letras do alfabeto. Uma expressão macia, carinhosa e carregada de sedução. Imagina um futuro namorado, apaixonado, lhe dizendo ao pé do ouvido: ‘Fi, eu te amo…’ Seria o máximo! Se casaria na hora.

Mas enquanto isso não acontecia, Filomena, com seu nome completo, completava seus deveres da escola até que um dia, ao se deparar com uma expressão algébrica na prova semestral, descobriu que Fi é chamado de número de ouro. É a constante obtida a partir da proporção áurea. Uma letra grega com proporção que traduz o metal dourado. Além disso, o Fí é a primeira letra de física, o que lembrava também o grande Einstein.

Como ela gostava de desenhos, autorretrato, Física, Matemática e Literatura, descobriu que a partir daí que seu sucesso foi erigido por expressões geométricas coloridas e sublimes poesias. Sua vida virou um círculo artístico. ficou paralela e perpendicular ao mesmo tempo.

Foi então que passou a ser uma das artistas plásticas mais famosas do mundo. Porém o ‘Fi’, que ela sempre desejou passou para ‘Fri’, devido insistências daqueles que achavam ser mais impactante em suas obras.

Kahlo morreu famosa, mas manteve muitas frustrações em sua vida. Em homenagem a ela encerro essa fictícia história, dizendo: Fim. Fim não, Fi.