– Mãe, vamos brincar de um jogo? Você fala o nome de um filme, mas substitui uma palavra por pinto.
– Não entendi. Começa você.
– Tá bom. A Fantástica Fábrica de Pinto. Agora é a sua vez.
– Cinquenta Tons de Pinto. É assim?
– Isso, isso! Eu de novo: Apertem os Pintos, o Piloto Sumiu.
– Não pode pato?
– Pato!? Mas por que pato?
– Não sei mais filme com pinto.
– Mas a brincadeira é essa. Pegar o nome de um filme qualquer e mudar uma palavra só.
– Mas por que não pode ser pato?
– Porque não tem graça. Imagina 11 Patos e um Segredo? Não tem graça nenhuma. Tenta de novo.
– 11 Pintos e um Segredo?
– Isso aí. Viu como você é boa nisso? Minha vez: 2 pintos de Francisco.
– Mas esse é aquele filme do Zezé de Camargo.
– É, ué. Mudei o “filhos” por “pintos”.
– Mas eu gosto do Zezé de Camargo.
– E eu disse que não gosta? Vamos, é a sua vez.
– Vez de que?
– De falar o nome de um filme.
– Titanic.
– Mas não tem pinto.
– Ué, não tem.
– Mas a brincadeira é essa. Trocar uma palavra do nome de um filme pela palavra pinto.
– Ah, tá. Cinquenta Tons de Pinto.
– Mas esse você já falou, mãe.
– Ah, meu filho. Eu tô cansada.
– Tá bom, mãe. Outro dia a gente brinca mais. Agora tô indo pra casa.
– Mas você não mora aqui?
– Não, mãe. Casei já tem sete anos.
– Sete anos? É que eu tô meio esquecida. Não esquece de mim não, tá?
– Nunca, mãe.
– Promete?
– Prometo.
– E se eu esquecer de você?
– Eu vou lembrar por nós dois.
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Lindo e triste, o conto, me soou familiar.
Leveza e sensibilidade. Adorei a oportunidade de lê-lo para aquele público tão bonito. Grande abraço. Parabéns.
Obrigado pela leitura, amigo. Valorizou muito o conto.
Mesmo sendo um assunto triste podemos levar com leveza.
Sutil e belo.
Obrigado, Medina.